Pesquisadores fazem revisão dos primeiros meses de trabalho do supercolisor de partículas
Pesquisadores que trabalham na máquina criada para sondar os segredos do cosmo afirmaram nesta quarta-feira, 5, que o gigantesco colisor de partículas está no rumo para fazer descobertas sobre a origem e a composição do Universo.
Informando o progresso do experimento dois meses após o início da fase de alta energia, cientistas do Cern, o centro europeu de pesquisas nucleares, afirmaram que o aparato de US$ 10 bilhões está provando, rapidamente, sua capacidade de avançar nas fronteiras da física.
"Agora podemos vislumbrar a produção de coisas exóticas como dimensões extras e bolas de cordas", disse Olivier Buchmueller, diretor de um dos seis detectores que monitoram as colisões no túnel subterrâneo do Grande Colisor de Hádrons, o LHC.
Ele disse, durante uma reunião no Cern, que essas descobertas complementariam esforços paralelos para descobrir a partícula de Higgs, que poderá explicar a existência de massa no Universo, e descobrir partículas supersimétricas, que podem dar pistas sobre a natureza da matéria escura que os astrônomos detectam no espaço.
A teoria das cordas propõe que os ingredientes básicos do Universo são pequenas cordas que vibram num espaço-tempo de dez dimensões.
O diretor de aceleradores e tecnologia do Cern, Steve Myers, disse que o LHC tem funcionado efetivamente sem dificuldades desde que as colisões a uma energia combinada de 7 TeV tiveram início em 30 de março. "Eu fico pensando: isto está indo bem demais", declarou. "Temos de manter a vigilância para manter a máquina segura. A última coisa de que precisamos é de outro fechamento", acrescentou, em referência a um vazamento que interrompeu a tentativa anterior de ativação do colisor, em setembro de 2008.
Os avanços científicos potenciais citados por Buchmueller e repetidos pelos outros cientistas na reunião realizada para rever o estado do projeto são tópicos prioritários para físicos e cosmologistas que buscam entender como o Universo funciona.
A máquina já identificou muitos elementos do chamado Modelo Padrão criado pelos físicos ao longo do século 20, a partir de teorias sobre a estrutura do Universo, disse o cientista Andrei Golutvin. Embora essas partículas já tenham sido descobertas em outros aparelhos pelo mundo, o fato de o LHC estar conseguindo recriá-las mostra que o experimento está funcionando bem.
Entre as partículas raras do Modelo padrão, o LHC já detectou o quark "beauty", que decai em nanossegundos, depois de percorrer apenas 2 milímetros no detector LHCb. "Para mim, é um milagre que o LHC esteja detectando as partículas que esperamos do Modelo Padrão tão cedo no experimento. Isso mostra como ele está funcionando bem", disse Golutvin.
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