Fantástico foi ao local onde foi achado esqueleto de tecodonte.
Animais são importantes para entender passagem de répteis a mamíferos.
Um vale no centro do Rio Grande do Sul tem sido palco de descobertas de animais raros, que viveram há mais de 200 milhões de anos.
A mais recente foi manchete ao redor do mundo nesta semana: o fóssil de um tecodonte de 238 milhões de anos, uma criatura ainda mais antiga dos que os dinossauros. Um animal tão bem conservado só é encontrado a cada cem anos.
“Esse animal foi soterrado por uma enchente alguns dias depois de sua morte. Foi esse evento de soterramento rápido que permitiu que ele fizesse essa viagem de 238 milhões de anos em perfeito estado de conservação. Temos os ossos da pata todos. Isso é um achado raro”, explica o paleontólogo Sérgio Cabreira, da Universidade Luterana do Brasil.
Fósseis encontrados na região estão revelando o elo entre os répteis e os mamíferos, o primeiro passo de um incrível processo de evolução que levou até a criação da espécie humana.
Há 250 milhões de anos a Terra tinha apenas um megacontinente, a Pangeia. No centro, onde hoje é o Brasil, havia um enorme deserto.
Quando os continentes começaram a se separar, o clima mudou drasticamente. O sul do Brasil se tornou o local mais propício para a vida animal. Há 238 milhões de anos, no período Triássico, os tecodontes dominavam essa região. Eles se alimentavam dos rebanhos de herbívoros.
No Cretáceo, os dinossauros se espalharam por todo o território que veio a se tornar o Brasil.
O titanossauro tinha mais de 14 metros de comprimento. O mais temido carnívoro da época era o espinossauro. Mas no ar, quem mandava eram os répteis voadores: os belos pterossauros.
Depois do Triássico tudo foi coberto por uma grande camada de rocha vulcânica. Mas no vale, um imenso rio ancestral erodiu a rocha abrindo essa janela do tempo. Os troncos petrificados são a prova da floresta que viu surgir o dinossauro mais antigo do mundo.
“O Estauricossauro price é um dinossauro brasileiro. É o pai de todos os outros dinossauros”, explica Sérgio Alex Azevedo, paleontólogo do Museu Nacional.
O nome quer dizer “Cruzeiro do Sul”. Ele era pequeno, do tamanho de um cachorro. Sua presa preferida era o rincossauro, que se alimentava só de plantas e era comum na região, assim como o dicinodonte.
Num sítio em Agudo, a poucos quilômetros do outro, foi encontrada uma raridade: o fóssil de um adulto com nove filhotes – todos preservados provavelmente pelo deslizamento de terra que os matou.
São vários os locais na região nos quais as rochas do período Triássico afloram. Cada local tem características diferentes, tanto da formação geológica quanto do tipo de fósseis encontrados. Em um deles, por exemplo, predominam os fósseis de cinodonte, que quer dizer “dente de cão”. É justamente este vertebrado que já trazia características depois encontradas nos mamíferos.
Os cinodontes tinham o cérebro bem maior do que os animais do mesmo porte na época. Os cientistas acreditam que eles já eram animais de sangue quente, mas ainda botavam ovos.
Os gauchinhos brincam em meio às escavações e mostram que o fascínio pelos dinossauros motiva a pesquisa. “Eu vou ser paleontólogo”, diz um menino.
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